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terça-feira, 4 de março de 2014

Continuando a planejar

Quem fará as palestras

 
 
Nem sempre se dá a devida importância às palestras no Centro Espírita.
Basta alguém que tenha coragem de falar em público ir a frente comentar algo a respeito do evangelho e/ou do espiritismo e está tudo certo.
Um número enorme de pessoas sem o menor conhecimento de Doutrina Espírita e com uma distorcida visão do Evangelho do Mestre Jesus procuram os Centros Espíritas em busca de ajuda ou esclarecimento o que ao final dá no mesmo.
A Casa Espírita deve planejar quem serão os oradores, qual será a linha a ser seguida e quais serão os temas.
Não raro ouvimos coisas em palestras que são de arrepiar até a alma. Pessoas afirmam isso ou aquilo para o público muito mais baseadas em crendices do que na Doutrina Espírita.
O grande problema é que o público toma tais afirmativas como lei, uma vez que, se o orador da Casa Espírita disse só pode ser verdade.
Assisti muitas palestras onde na verdade a pessoa lia uma folha de papel. Por maior boa vontade que a pessoa tenha é necessário entender que isso para o público fica enfadonho e transmite ao espectador a imagem de que o orador não domina o assunto, o que não deixa de ser verdade.
O palestrante deve preparar a palestra e, portanto deve estudar.
Mas isso não quer dizer que deva decorar o que leu e falar para o público.
O palestrante deve ter consciência que deve transmitir o tema.
A linha central do que irá falar é o tema. O restante no momento em que estiver fazendo a palestra é quase que um improviso, ou seja, as palavras que irá utilizar virão de toda a sua experiência de vida, cultura adquirida e claro de intuição do Mentor que estará ao seu lado no momento da palestra.
Por essa razão, o palestrante não pode achar que apenas o conhecimento da Doutrina Espírita será o suficiente. O palestrante deve ter cultura geral, ler jornal, revista, livros de outras áreas que não só a espírita e ter interesse por arte em geral a fim de procurar desenvolver sua sensibilidade.
O palestrante deve abordar o Evangelho e a Doutrina Espírita de forma atual. Para muitas pessoas conseguir ver o Evangelho nos dias atuais é muito complicado. Se o palestrante for abordar, por exemplo, a parábola do bom samaritano, ele deve traduzi-la para os dias atuais. Quem seria o bom samaritano hoje?
O palestrante não deve “enfeitar o pavão”. O Evangelho e o Espiritismo por si só já são maravilhosos.
O palestrante não deve utilizar palavras de difícil entendimento para o público em geral, não deve alterar a sua voz querendo imprimir nela determinada forma a qual não é a sua quando se comunica normalmente.
O palestrante deve entender que ele é um palestrante espírita e não um padre, bispo ou pastor de uma igreja.
Salvo pessoas que tem a aptidão inata de falar em público, um curso de oratória é bem-vindo.
Em minha opinião, a melhor forma de falar ao público é a adotada por professores de cursinhos pré-vestibulares. Alegre, dinâmica e com muito conteúdo.

                                                                                                                                           Luis Fernando Canhero