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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CONTINUANDO A PLANEJAR

A porta de entrada


A pessoa não é espírita. Nunca foi a um centro espírita. Passou toda a vida ouvindo que espíritas falavam com o demônio, que o deus dos espíritas é Kardec, que pessoas ficam possuídas no centro entre outras fantasias e crendices.

Em determinado momento de sua vida encontra-se com algum problema que ninguém consegue solucionar, até que alguém lhe diz para procurar um centro espírita, que só eles poderão ajudá-la a solucionar o problema.

Agora imagine como essa pessoa entrará no centro: Assustada, temerosa, angustiada e no entanto sofrendo a ponto de desafiar seus medos.

É necessário que se planeje como essas pessoas serão recebidas no centro. Evidentemente que nem todas virão desta forma; há as que virão por curiosidade, por vontade de se tornar espíritas, algumas simplesmente acompanhando alguém que já frequenta o centro e aquelas que veem sua mediunidade “despertar”.

O primeiro ponto a ser observado é que há pessoas com carisma e simpatia para receber pessoas que chegam pela primeira vez e há os que não possuem tal habilidade e isso é muito natural.

Portanto é necessário que se escolha uma ou mais pessoas para receber aqueles que chegam a casa. Esse trabalhador deve saber abordar a pessoa com muita sensibilidade e tato. Ao perguntar se ela veio simplesmente conhecer ou visitar a casa ou se veio em busca de ajuda.

De preferência deve haver um homem e uma mulher, pois há pessoas que se sentem constrangidas em dizer o que a levou a casa para alguém do sexo oposto.

O trabalhador deve ter o mínimo de conhecimento da doutrina, pois é certo que haverá pessoas obsediadas que irão procurar a casa e, portanto, podem agir de forma tida como estranha.

Essa função não deve ser confundida com entrevistador. O trabalhador vai apenas receber a pessoa, introduzi-la na casa.

O caro leitor pode, a essa altura, dizer que isso tudo é óbvio. Será?

Não raro, pessoas chegam pela primeira vez nas casas espíritas e ninguém as recebe. A pessoa não sabe se quer se pode ou não entrar. Não sabe quem procurar dentro do centro para perguntar a respeito da casa e seus trabalhos.

Com frequência os trabalhadores estão em rodinha conversando e pouco se importando com quem chega à casa. Não fazem por mal, mas acabam causando um mal.

Há pessoas que nunca tomaram um passe em toda sua vida. Pelo menos não de encarnado. Imagine ela sendo conduzida a uma sala escura, com pessoas em silêncio sepulcral e com aparência de zumbi. Porque é dessa forma que ela verá.

É necessário que se diga as pessoas o que vem a ser passe, sala de passe e o que exatamente elas vão encontrar na chamada câmara de passe.

Receber quem chega de forma adequada não é apenas um detalhe, porque como diz o ditado: A primeira impressão é a que fica. Talvez essa não seja uma verdade total, mas talvez também, a pessoa saia muito mal impressionada não querendo nunca mais voltar.

Portanto a pessoa deve ser recebida com um sorriso. Deve-se demonstrar que ela é bem vinda e sutilmente perguntar-lhe se é a primeira vez que vem, se conhece a casa e apresentar as atividades da casa onde delicadamente se menciona que há (quando há) entrevista e trabalhos que atendem a quem busca ajuda.

Muito importante também é que todos os trabalhadores devem ser instruídos a cumprimentar a pessoa que chega para que ela se sinta bem recebida por todos e si nta de imediato que é tratada de forma carinhosa, que tem a atenção de todos, que todos estão felizes por ela estar lá. Não precisa ser nada forçado, mas apenas um aperto de mão seguido de uma boa noite ou bom dia, um “tudo bem?”, “como vai?” e um seja bem vinda. A pessoa deve ser natural não precisa de um sorriso forçado, mas apenas natural.

No entanto devemos todos na casa espirita estarmos realmente felizes por receber as pessoas novas. Se estivermos felizes internamente, o sorriso externo sem dúvida alguma será natural e luminoso.

                                                                                                                                                           

                                                                                                                                                            Luis Fernando Canhero