A porta de entrada
A pessoa não é espírita. Nunca foi a um
centro espírita. Passou toda a vida ouvindo que espíritas falavam com o
demônio, que o deus dos espíritas é Kardec, que pessoas ficam possuídas no
centro entre outras fantasias e crendices.
Em determinado momento de sua vida
encontra-se com algum problema que ninguém consegue solucionar, até que alguém
lhe diz para procurar um centro espírita, que só eles poderão ajudá-la a
solucionar o problema.
Agora imagine como essa pessoa entrará
no centro: Assustada, temerosa, angustiada e no entanto sofrendo a ponto de
desafiar seus medos.
É necessário que se planeje como essas
pessoas serão recebidas no centro. Evidentemente que nem todas virão desta
forma; há as que virão por curiosidade, por vontade de se tornar espíritas,
algumas simplesmente acompanhando alguém que já frequenta o centro e aquelas
que veem sua mediunidade “despertar”.
O primeiro ponto a ser observado é que
há pessoas com carisma e simpatia para receber pessoas que chegam pela primeira
vez e há os que não possuem tal habilidade e isso é muito natural.
Portanto é necessário que se escolha uma
ou mais pessoas para receber aqueles que chegam a casa. Esse trabalhador deve
saber abordar a pessoa com muita sensibilidade e tato. Ao perguntar se ela veio
simplesmente conhecer ou visitar a casa ou se veio em busca de ajuda.
De preferência deve haver um homem e uma
mulher, pois há pessoas que se sentem constrangidas em dizer o que a levou a
casa para alguém do sexo oposto.
O trabalhador deve ter o mínimo de
conhecimento da doutrina, pois é certo que haverá pessoas obsediadas que irão
procurar a casa e, portanto, podem agir de forma tida como estranha.
Essa função não deve ser confundida com
entrevistador. O trabalhador vai apenas receber a pessoa, introduzi-la na casa.
O caro leitor pode, a essa altura, dizer
que isso tudo é óbvio. Será?
Não raro, pessoas chegam pela primeira
vez nas casas espíritas e ninguém as recebe. A pessoa não sabe se quer se pode
ou não entrar. Não sabe quem procurar dentro do centro para perguntar a
respeito da casa e seus trabalhos.
Com frequência os trabalhadores estão em
rodinha conversando e pouco se importando com quem chega à casa. Não fazem por
mal, mas acabam causando um mal.
Há pessoas que nunca tomaram um passe em
toda sua vida. Pelo menos não de encarnado. Imagine ela sendo conduzida a uma
sala escura, com pessoas em silêncio sepulcral e com aparência de zumbi. Porque
é dessa forma que ela verá.
É necessário que se diga as
pessoas o que vem a ser passe, sala de passe e o que exatamente elas vão
encontrar na chamada câmara de passe.
Receber quem chega de forma adequada não
é apenas um detalhe, porque como diz o ditado: A primeira impressão é a que
fica. Talvez essa não seja uma verdade total, mas talvez também, a pessoa saia
muito mal impressionada não querendo nunca mais voltar.
Portanto a pessoa deve ser recebida com
um sorriso. Deve-se demonstrar que ela é bem vinda e sutilmente perguntar-lhe
se é a primeira vez que vem, se conhece a casa e apresentar as atividades da
casa onde delicadamente se menciona que há (quando há) entrevista e trabalhos
que atendem a quem busca ajuda.
Muito importante também é que todos os
trabalhadores devem ser instruídos a cumprimentar a pessoa que chega para que
ela se sinta bem recebida por todos e si nta de imediato que é tratada de forma
carinhosa, que tem a atenção de todos, que todos estão felizes por ela estar
lá. Não precisa ser nada forçado, mas apenas um aperto de mão seguido de uma
boa noite ou bom dia, um “tudo bem?”, “como vai?” e um seja bem vinda. A pessoa
deve ser natural não precisa de um sorriso forçado, mas apenas natural.
No entanto devemos todos na casa
espirita estarmos realmente felizes por receber as pessoas novas. Se estivermos
felizes internamente, o sorriso externo sem dúvida alguma será natural e
luminoso.
Luis
Fernando Canhero