Os
espíritas são conhecidos como os que falam com os mortos.
Os
espíritas se comunicam com espíritos.
Isso
não é bem verdade se considerarmos que muitos acham que os espíritas falam todo
o tempo com quem já faleceu. No entanto, é verdade que espíritas se comunicam
com espíritos. Uns mais outros menos. Alguns com certa facilidade e outros
apenas em condições especiais.
Se
partimos desse pressuposto, naturalmente que os espíritas não têm medo de
espíritos. No entanto isso também não é verdade. Arrisco dizer que no universo
total dos que se dizem espíritas, a grande maioria tem medo de espíritos. Esse
medo naturalmente advém do medo milenar que as pessoas sempre tiveram dos
mortos, muitas vezes tidos como fantasmas. Esse medo foi fortemente reforçado
pelas crenças regionais dos povos e pelas religiões que sempre procuraram
censurar a comunicação com os espíritos.
Como
diz um velho ditado espanhol: “Yo no creo em brujas, pero que las hay, las
hay”. Em tradução livre “Eu não acredito
em bruxas mas que elas existem, elas existem.
Muitos
dizem não acreditar em vida depois da morte, outros não acreditam em
reencarnação, outros ainda não acreditam na possibilidade de comunicação com os
espíritos, mas na hora de se ver exposto a alguma situação tida como
sobrenatural, não há um que não tenha medo.
Mas
afinal, se vermos um espírito que devemos fazer?
Kardec
em O Livro dos Espíritos ensina que devemos perguntar quem ele é e o que
deseja.
Teoricamente
é muito simples, mas como um dia uma pessoa me disse: “Mas Kardec não disse que
eu preciso ficar esperando a resposta, não é?” Poucos teriam coragem de interrogar
o espírito.
O
primeiro ponto a ser analisado é que não é necessário ver espíritos para que
eles estejam presentes, muito ao contrário, convivemos com espíritos o tempo todo,
apenas não os vemos. Espíritos não são entidades sobrenaturais, fantasmas, alma
penada entre tantas outras crenças. Eles são apenas pessoas sem o corpo
material.
O
segundo ponto que se deve entender é que são raras as pessoas que vêem
espíritos a todo e qualquer momento. Mesmo médiuns muito ativos em trabalhos
mediúnicos, durante a maior parte do dia não os veem. E isso se deve a um
simples fato; a pessoa está encarnada, no plano material. Ela não está
desencarnada no plano espiritual. Ela deve viver a maior parte do tempo no que
tange ao plano material e não ao plano espiritual.
O
que um espírito pode fazer comigo se eu o ver?
De
pronto, nada. O espírito não pode abduzi-lo, levando-o para uma outra dimensão.
O
espírito não pode agredi-lo. O que o cinema mostra é fantasia.
O
espírito só pode atirar objetos em condições especiais e isso quer dizer que
raramente ocorre e quando ocorre é porque espíritos superiores o permitiram. O
mesmo no tocante a pôr fogo em objetos, emitir gritos, gemidos etc.
Na
verdade, se o espírito deseja algum mal a pessoa, a última coisa que ele irá
fazer é se deixar ver, porque dessa forma a pessoa não podendo identificá-lo
ficará mais fácil para fazer mal a ela.
O
mal que um espírito pode fazer a uma pessoa se dá de forma vibratória. Ele pode
vibrar de forma ruim fixamente por muito tempo influenciando a pessoa com o
decorrer do tempo. O que no espiritismo se chama obsessão.
Até
então, pressupomos que o espírito seja mau. E se o espírito for bom?
Espíritos
elevados são muito ocupados. Quando se fazem ver para alguma pessoa sempre é
com um intuito elevado e de forma alguma há o que temer.
Caso
o caro leitor ainda tenha medo de ver espírito, tranquilize-se. Essa
possibilidade é remota a menos que seja um espírito bom. Não raro espíritos
bons podem se fazer ver sem que a pessoa se aperceba de que se trata de um
espírito, ou seja, a pessoa julga estar falando com uma pessoa encarnada. Isso
é mais comum do que muitos podem imaginar.
Se
uma pessoa começar a ver espíritos frequentemente, principalmente espíritos com
má aparência, a solução é procurar uma Casa Espírita séria, que siga a Doutrina
Espírita, ou seja, que se dedique ao estudo da Doutrina Espírita codificada por
Allan Kardec com muita seriedade.
Ver
espíritos com frequência, a qualquer hora do dia é um desequilíbrio mediúnico,
independente da pessoa ser médium ostensivo ou não.
Infelizmente
a ciência ainda não admite a existência de espíritos e portanto ao procurar
ajuda médica a pessoa pode ser diagnosticada como esquizofrênico.
A
prece deve sempre ser utilizada, mas nunca vista como remédio. Uma prece feita
de coração pode até afastar por algum tempo o espírito, mas se houver uma
ligação espiritual, preces jamais quebrarão essa ligação. Apenas o diálogo e a
compreensão da situação por ambas as partes e o perdão mutuo fará com que cesse
essa ligação.
Para
maiores informações vide as obras de Allan Kardec, em especial O Livro dos
Médiuns e as obras de André Luiz psicografadas por Chico Xavier.
Luis Fernando F. Canhero