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domingo, 15 de julho de 2012





                                                             Parte de nós


Já parou para pensar porque gostamos tanto de histórias como as de Harry Potter ou Senhor dos Anéis, ou melhor, porque alguns personagens mesmo não sendo os principais nos encantam tanto, sejam eles duendes, elfos, sabe-se lá que nomes eles tenham, não fazem parte da história principal, mas sem sua presença a história não teria tanta graça. Muitos destes personagens saem da cultura local do escritor, são inspirados ou são personagens do folclore deste autor. Este fato faz com que este personagem tenha algo a mais, que nos chama atenção, isso ocorre, pois dentro da cultura daquele povo o personagem tem vida própria, sua vida tem significado para aquela sociedade.

Este fato acontece em todos os lugares, os personagens do folclore local representam aquele povo, tem características únicas naquele lugar e quando circula vai agregando novas informações por onde passa. No Brasil não é diferente e por ser um país tão grande encontramos peculiaridades num mesmo elemento do folclore, muitas vezes fica difícil de entendermos, mas se o conseguirmos veremos que ele representa o social, as crenças, os hábitos, os amores, os preconceitos, enfim ele é a sociedade, o que ela quer mostrar ou esconder.

Se analisarmos profundamente e conseguirmos encontrar sua origem, veremos a sua razão de existir, o seu DNA social. Por exemplo, as festas juninas, qual sua origem? Provavelmente sua origem está no “velho mundo”, que durante muitos anos se reunião em festividades para agradecer. Agradecer o fim do inverno, a boa safra, a temporada de chuvas, a chegada da primavera, enfim sempre havia um momento para agradecer. Com a colonização das Américas este hábito foi trazido, mas a necessidade de evangelizar acabou direcionando a festa para os “santos da igreja católica”, cada região do país deu forma e características distintas, mas dentro de um contexto único iniciado lá na Europa há séculos, o de agradecer!

Isto nos da uma mostra do quanto é rico e importante conhecermos o nosso folclore, os personagens, pois eles nos dizem muito sobre quem somos, o que sentimos, em fim a nossa alma social, por exemplo, o “Curupira” (aquele que tem o corpo de menino), pode , veja bem, “pode” representar os nossos medos, diante de suas características podemos encontrar nos mesmos, com nossos medos; medo de crescermos e depararmos diante de um ser tão diferente do que gostaríamos, ai acabamos correndo o mundo tentando protegê-lo de nós mesmos. Metáfora!  Sem dúvida, mas o que quero dizer é que os personagens do folclore são muito ricos e nos representa enquanto cidadãos, por isso há necessidade de que estejam sempre em pauta nas escolas, não só em um determinado período do ano, que seja constantemente, para que possamos entendê-los e dar o devido valor, quem sabe vê-los brilhar como alguns elfos e duendes, ou melhor, como personagens de uma cultura rica como a Brasileira!

                                                                                                                                            Telma Filintro